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O
            Escândalo de uma Graça Radical
            
            Por
    Hermes C. Fernandes
    ________________ 
...A graça é um insulto ao nosso senso de justiça própria. Ela subverte completamente nossa lógica fundamentada na performance e no mérito. Como entender que o Deus santo e justo poderia se relacionar com gente de nossa laia sem impor qualquer condição? E como admitir Sua disposição em aceitar em Sua companhia gente que consideramos ainda pior do que nós?
...Ultrajados em nossa presunção religiosa, estabelecemos condições sine qua non que devem ser preenchidas para que pecadores iguais ou piores do que nós sejam aceitos por Deus. Em nossa mentalidade medíocre Deus faria certa concessão aos pecadores "desde que..."
...Ora, se houver qualquer condição preliminar, logo, a graça é invalidada. Todas as razões para que Deus nos acolha devem estar exclusivamente n'Ele, não em nós. Portanto, o conceito de graça e o conceito de condições preliminares são mutuamente excludentes.
...A lógica paulina é implacável:
      
      ..."Mas se é por graça, já não é pelas obras;
    de outra maneira, a graça já não é graça.
    Se, porém, é pelas obras, já não é mais
    graça; de outra maneira a obra já não é obra." Romanos
    11:6 
    
    ...O problema é que quando pensamos em obras, somos remetidos às
    exigências da Lei. Porém, o conceito encerrado no termo "obras" é muito
    mais abrangente.
...Sutilmente, afirmamos a graça ao mesmo tempo em que dizemos que Deus salva o pecador desde que este creia, se arrependa e obedeça aos mandamentos. Tudo isso soa tão piedoso que não percebemos sua contradição lógica.
...O que é o arrependimento, senão uma obra? O mesmo pode-se dizer tanto do crer, quanto do obedecer. Se estas são condições que devem ser cumpridas para que sejamos salvos, logo, a graça se torna inútil e teremos do que nos gloriar diante de Deus. Ao chegarmos à glória derradeira poderemos dizer: "Aqui cheguei graças a algo que fiz. Fui salvo porque cri, me arrependi e obedeci."
...Então, tais coisas não são importantes? Sim, são importantes, porém, não são condições preliminares para que se alcance a salvação.
...Paulo
      põe uma pá de cau sobre qualquer pretensão humana
    de fazer da salvação uma conquista meritória:
    
    ..."Porque pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não
    vem de vós, é dom de Deus; não vem das obras, para que
    ninguém se glorie. Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus
    para boas obras, as quais Deus antes preparou para que andássemos
    nelas." Efésios 2:8-10
    
    ...Alguns dirão que a graça é parte que compete a Deus, porém,
  a fé é a parte que nos cabe. Porém, Paulo afirma que mesmo
  a fé mediante a qual temos acesso à graça nada mais é do
  que manifestação desta própria graça. "Isto
  não vem de vós", brada o apóstolo. É um dom
  que recebemos ao ouvirmos a Palavra. Em Filipenses 1:29-30, o mesmo apóstolo
  diz que o crer em Cristo é uma concessão celestial.
  
  ..."Pois vos foi concedido, por amor de Cristo,
  não somente o crer nele,
  mas também o padecer por ele." 
  
  ...Repare nisso: até mesmo o padecer por amor a Ele não nos serve
  como razão para nos gloriarmos, pois também é uma concessão
  da graça. Portanto, deveríamos crer piamente em nossa incapacidade
  de crer sem uma intervenção da graça.
...Então, não é necessário que nos arrependamos ou que renunciemos às paixões pecaminosas?
...Sim. Mas não são condições, e sim, consequências da ação da graça em nós. Lembre-se que, apesar de não sermos salvos pelas obras, somos salvos para as boas obras, "as quais Deus antes preparou para que andássemos nelas".
...Não se tratam de exigências para que sejamos salvos. Quem pensa
    assim não leva em conta o estado espiritual lastimável no qual
    nos encontrávamos. Paulo diz que estávamos mortos em nossos
    delitos e pecados.
    
    ..."Mas Deus, sendo rico em misericórdia, pelo seu muito amor com que
    nos amou, estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos vivificou
    juntamente com Cristo {pela graça sois salvos}." Efésios
    2:4-5
    
    ...Como exigir que um morto creia, se arrependa, renuncie a si mesmo e obedeça?
    Quando Cristo faz tais exigências, estava revelando a inabilidade humana
    em cumpri-las à parte da graça. Ele exige de nós o que
    não podemos pagar para depois revelar Sua misericórdia ao quitar
    nossa dívida. Isso fica claro na parábola do credor incompassivo.
...Precisamos
      nos arrepender de atribuir ao nosso arrependimento um poder salvífico
    que ele não tem. É a graça divina que nos conduz ao
    arrependimento, e não vice-versa:
    
    ..."Ou desprezas tu as riquezas da sua
    benignidade, e paciência e longanimidade,
    ignorando que a benignidade de Deus te conduz ao arrependimento?" Romanos
    2:4 
    
    ...    Devemos renunciar nossa pretensão em achar que somos salvos pelas
    renúncias que fizermos. Qualquer renúncia verdadeira é patrocinada
    pela graça:
    
    ..."Porque a graça de Deus se manifestou, trazendo salvação
    a todos os homens, ensinando-nos, para que, renunciando à impiedade
    e às paixões mundanas, vivamos no presente mundo sóbria,
    e justa, e piamente." Tito 2:11-12
    
    ...À 
    luz disso tudo, podemos afirmar sem medo de errar que o "negar a si
    mesmo" exigido por Jesus a Seus discípulos nada mais é do
    que admitir nossa incompetência em atender quaisquer condições.
    Só nos resta apelar à graça, e aceitar que esta é a única
    maneira para que a glória se mantenha intacta e seja inteiramente
    atribuída a Deus. Simplesmente, não há no que nos gloriar
    diante de Deus.
...Disputamos com Paulo o título de "Principal dos pecadores". Se a graça foi capaz de nos alcançar a despeito de nossa miserável condição, que outro pecador ela também não alcançaria? Considerar-se o "principal" não é condição para sermos salvos, mas, definitivamente, é condição para que olhemos os demais com compaixão.
...Como sugerido pela parábola do credor incompassivo, uma vez perdoados, devemos estender este perdão aos demais sem impor-lhes qualquer condição. Não imponhamos aos outros condições que não nos foram impostas. Creiamos que Aquele que em nós começou a boa obra, igualmente a começou nos demais, e a completará no prazo determinado pelo Pai (Fp.1:6).
...Não há verdade mais inconveniente do que a graça. Ainda que libertadora, ela dá uma rasteira em nossa presunção, emperra todo mecanismo de controle, faz secar as fontes que alimentam nossas neuroses, decreta a falência da indústria religiosa que se alimenta da culpa, e, por fim, constitui-nos seres subversivamente livres e perigosamente autênticos.
...Antes de nos proporcionar qualquer segurança, a graça nos tira o chão, nos arrebata, nos gera um desconforto, uma vertigem e até uma certa desconfiança. "É muito bom pra ser verdade", ponderamos. Mas depois que a ficha cai, nunca mais aceitamos nada menos que aquela sensação incomparável de frescor e liberdade. Somente aí, genuinamente livres, poderemos ser canais do amor de Deus, sem exigir das pessoas absolutamente nada, posto que nada nos foi exigido.
...Não custa relembrar: Precisamos nos arrepender de fazer do arrependimento a razão de nossa salvação. Renunciar nossa pretensão de fazer da renúncia o preço a ser pago para sermos salvos. E, finalmente, reconhecer que não há qualquer mérito em se reconhecer nossa total ausência de mérito. Somos salvos exclusivamente pela graça, sem tirar, nem por. E, uma vez salvos, nosso prazer será ir muito além de qualquer dever, motivados por amor e gratidão, e não mais pela culpa por não atingirmos um ideal de santidade.
      
      Fonte: www.hermesfernandes.com
      quarta-feira, abril 02, 2014
      
  
  
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